Cada vez mais a Modernidade Líquida ganha força e espaço em
nossas vidas, nada é um completo caos se analisado de uma visão mais ampla,
porém, com ela estamos cada vez mais distantes uns dos outros e até de nós
mesmos muitas vezes, estou falando de conexões renovadoras que uma boa conversa
cara a cara pode lhe causar, do quanto os gestos simples e demonstrações do
quanto gostamos ou admiramos tal pessoa ou situação nos faz falta, do quanto
uma carta escrita a mão é mais marcante que uma mensagem, seja em datas
especiais ou não, com a vida cada vez mais corrida e cheia as coisas simples
são o que nos renovam e mantém as boas relações com as pessoas que gostamos,
tenho certeza que não vai lembrar de todas as pessoas que te deram parabéns no
dia do seu aniversário e o que elas lhe disseram, mas uma simples carta é capaz
de sobreviver anos em sua mão e é uma das lembranças mais significantes que
pode dar a alguém, algo atemporal até certo nível.
O Apego é um instinto
que temos desde o nosso nascimento, o bebê chora não só por necessidades
básicas, mas também porque precisa ter alguém por perto e precisa se apegar a
alguém para se sentir seguro, uma criança rejeitada pelos seus cuidadores ou
que vive sendo adotada por diferentes famílias e não para em nenhum lugar tem
chances enormes de desenvolver algum
transtorno que irá levar por grande parte, senão por toda a sua vida.
Essa mesma façanha acontece com os adultos, os que tem desde a vida mais complicada e que viver significa sobreviver mais um dia ou mais uma semana em busca de recursos básicos há até aqueles que podem possuir e usufruir do que bem entenderem, claramente existe o meio termo dessas situações e várias variantes no meio do caminho, independente da sua situação, o sistema que as coisas acontecem são bem parecidos, precisamos nos apegar a algo para sobrevivermos, e daí entra toda a base da sociedade, as religiões, as nossas amizades, o nosso estilo de vida, o modo que vemos e interpretamos a vida e as nossas ações diante dela, tudo está milimetricamente conectado de alguma forma.
Tem coisas que nos tiram da realidade, por mais que seu
trabalho ou compromissos sejam parte da sua realidade é apenas uma parcela
dela, vivemos e muitas vezes porque precisamos realmente viver essa realidade mas
os trabalhos repetitivos e a rotina programada nos adormece, sobre viver atrás
de telas e escondidos atrás de paredes é que nos esquecemos de viver a outra
parcela da realidade, as coisas simples que nos conectam com o agora, como
tomar um café na varanda da sua casa e ler um bom livro enquanto relaxa,
visitar alguém importante para você, como um amigo ou uma pessoa da família, ou
fazer uma ligação caso não tenha tempo, sobre doarmos nosso tempo e ajudarmos
pessoas sem esperar nada em troca, de tiramos um tempo para brincarmos ou
passearmos com um bichinho de estimação, de conversarmos com pessoas que moram
conosco e darmos um pouco do nosso tempo para ouvirmos os outros.
O nosso apego está muito ligado a nossa ética, desde o apego básico pelo nosso trabalho porque precisamos de dinheiro a até o apego que nos faz nos sentimos em casa, o que chamamos de lar, valorize as pessoas que você tem em sua vida, procure as pessoas que goste e dê um pouco do seu tempo a aquelas pessoas especiais, não deixe para demonstrar ou para dar seu tempo quando não der mais para fazer isso, todos vamos morrer e essa realidade é inevitável, então porque vivemos como se não fôssemos morrer e como se as pessoas a nossa volta fossem viver para sempre?
O nosso lar além de
ser um apego a algo que nos dá sentido à vida ou no mínimo que seja nos
conforta são as pessoas em nossa vida,
existe uma crença Budista que diz que todos que passaram por nossa vida e
tocaram nosso coração de alguma forma ficarão pra sempre em nós de alguma
forma, e pode notar, quando convivemos muito com alguém pegamos um pouco do
jeito ou de algo que tenha a ver com a pessoa, independente da sua crença em
reencarnação, se acredita ou não no fim tendemos muito a viver como se tudo
fosse eterno, seja o lar das outras pessoas e viva o agora, o mais valioso da
vida é o momento presente, bom, nome já diz.
Texto autoral de:
Hanna Lidia