Mundo virtual: Excesso de consumo de conteúdo pornográfico e sua relação com desencadeamento de possíveis disfunções sexuais e relacionais.

 


   O mercado pornográfico sempre lucrou cifrões significativos explorando um mundo repleto de fantasias, rompendo barreiras da censura e ultrapassando os limites da maioria das possibilidades do imaginário humano, despertando assim, no mínimo, curiosidade e interesse.

   Com a pandemia e o afastamento social, grande foi o aumento pelo  interesse sexual virtual.  Não há problemas quanto ao consumo de materiais dessa categoria como um instrumento auxiliar de fantasia sexual. A questão citada passa a ser preocupante quando se torna uma ferramenta de referência de educação sexual ou de uso abusivo, levando o consumidor a um vício equivalente a de um dependente químico.

   Infelizmente,  não possuímos canais de educação sexual de cunho educativo e, lamentavelmente, o mundo da pornografia acaba por produzir uma idealização equivocada em relação a vida sexual sadia.

Principais consequências geradas pela “educação da indústria pornográfica"

   Muitas queixas são trazidas ao consultório por mulheres em que relatam frustrações com os flagrantes observados em relação aos seus parceiros pelo excesso de buscas por esse tipo de materiais. Elas tendem a se sentirem diminuídas ou culpadas pela falta de desejo contínuo relacionado às encenações exibidas.

  Por outro lado, os homens viciados em pornografia, aqueles caracterizados pela busca constante e irresistível de consumir, cada vez mais, conteúdo pornográfico, têm apresentado mais chances de sofrer disfunção erétil. Pesquisas apontam que os homens ficam menos propensos a satisfação com a relação sexual, podendo ter ejaculação retardada ou precoce, além de maior frequência na prática da masturbação, dificuldade de ereção com pessoas reais, ansiedade social, que com o tempo pode se agravar, objetificação do sexo oposto, dificuldade de concentração, desinteresse sexual pelo parceiro; depressão, e a perda de atratividade sexual.

   Nessa conjuntura, observa-se a necessidade de uma orientação responsável que leve informações adequadas a toda a população para que mitos e tabus sejam rompidos, afinal, materiais pornográficos são comercializados com o objetivo monetizado, sem pretensão pedagógica, além do excesso de ilusionismo com performances teatrais e irreais que não devem servir de referência como modelo ideal de comportamento satisfatório.

  Em casos de dificuldades para a redução desse consumo, uma ajuda profissional pode auxiliar nesse processo, afim de conduzir a uma vida equilibrada e satisfatória. 


Marjorie Calumby- 

Pedagoga,  psicopedagoga,  psicanalista,  docente universitária do curso de psicologia,  psicóloga organizacional e palestrante. 



 

 

 

 

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