O espetáculo faz temporada de 16 a
18, sempre às 20h30min, no Teatro Renascença
Violência explícita. Violência
psicológica. Violência urbana. Violência disfarçada. Violência implícita.
Violência. “Sangue e Pudins”, o novo espetáculo de Luciano
Alabarse, estreia dia 16 de janeiro, às 20h30min,
no Teatro Renascença (Av. Érico Veríssimo, 307 - Menino Deus).
A montagem escrita pelo diretor gaúcho é uma adaptação dos textos originais de
Mark Ravenhill (Shopping and Fucking) e Brontez Purnell (Johnny, você
me amaria se o meu fosse maior?). A peça inglesa e o
texto americano se cruzam, se esclarecem e dão lugar a um terceiro texto, sem
negar suas influências, é original, fluente, ágil e ríspito. A curta temporada
fica em cartaz até o dia 18 de janeiro, dentro do Porto Verão Alegre.
“Eu estava trabalhando no texto e, como sempre ouvindo muita
música. Em um determinado momento, a voz de Simone me remeteu a uma canção que eu
não ouvia há muitos anos, e que sempre me impactou pela contundência de sua
letra. A canção era “Sangue e Pudins”, parceria de Fagner e Fausto Nilo. O
resto veio naturalmente, inclusive o título da montagem”, afirma Luciano
Alabarse. “Sangue e Pudins” retrata, em cenas duras e
impactantes, personagens de uma geração que entende o consumo e as transações
da sociedade capitalista como única forma de interação possível. As pessoas e
seus manuais de sobrevivência, o pragmatismo cínico de quem precisa sobreviver
num mundo hostil, as relações contaminadas por interesses financeiros e
sexuais, as histórias cruzadas de personagens perdidos, o jogo e a manipulação
desesperada, as trapaças e os oportunismos de vidas desesperadas, a esperança
esfacelada, mas presente, gritos e silêncios, omissões e oportunidades, os
corações partidos, o consumismo desenfreado, dinheiro e a falta de amores e
ciúmes, posses e possessividades, um mundo distópico e indiferente.
“É uma peça cujo tema central é a violência, em todos os seus
aspectos e formas, escancaradas ou sob disfarce, violência social e violência
individual, com ou sem sangue, com ou sem “bullying”, com ou sem prévia
manifestação. Uma peça sobre violência, uma encenação vigorosa e urgente. Um
texto corrosivo. Um texto cruel. Um texto que dói”, reforça Alabarse, que
assina, ainda, o cenário e a trilha sonora. O elenco reúne nomes conhecidos da
cena gaúcha, como Ângela Spiazzi, Pingo Alabarce e Elison Couto, profissionais
em ascensão no teatro gaúcho como Jaques Machado e Li Pereira, e novos atores
como Vini Gomes e Vítor Stifft.
A HISTÓRIA
Logo no início da peça, Mark, Lulu e Robbie estão vivendo os últimos
momentos de uma problemática vida de excessos. Um triângulo amoroso que está
ruindo, como tudo ao redor dos personagens: a vida sempre no fio de arame, o
equilíbrio instável, o grito engasgado na garganta. Mark mal consegue digerir a
comida que os outros dois tentam lhe oferecer. Está só, se sente mal, quer
mais. Vomita. O vício em heroína deixou seu corpo e sua mente debilitados, mas
o que não lhe desce mais no estômago é tudo aquilo que lhe foi vendido como
sonho e que, de uma hora para outra, se tornou pesadelo. Uma roda-gigante
desgovernada, um mundo sem faixas de segurança. O mundo presente em ruínas
espalhafatosas, um mundo que dispensa afetos, mas consolida transações
impessoais entre os homens, agigantando angústias e necessidades.
O mundo de “Sangue e Pudins” é um grande supermercado
onde tudo, inclusive pessoas, é vendido sem escrúpulos ou constrangimentos.
Dois outros personagens cruzam a vida do triângulo central. Brian, um
empresário inescrupuloso, e Gary, seu enteado – que é abusado sexualmente pelo
padrasto, com violência. Insegurança, medo, transtorno, doenças e drogas marcam
o cotidiano desses personagens à deriva de qualquer porto seguro.
A violência permeia o texto, marca suas digitais nas falas, arranha o
presente, agiganta a ação da peça. Violência do início ao fim. Festas que duram
dias, desfiles de moda glamorosos, programas de sexo e aplicativos de compra e
venda de drogas e pessoas. O mundo de “Sangue e Pudins” é
punk, mercadológico, estiloso, quente e frio. Tudo no entorno dos personagens
impessoaliza as possíveis relações sentimentais. Os relacionamentos são
efêmeros, calculados, por conveniência e cálculo. Vidas que gritam por ajuda,
vidas sufocadas por uma sociedade industrial – que não facilita a trajetória de
nenhum dos membros dessa história.
Em quatorze cenas e oito sub-cenas, o desespero, a impotência e o
pragmatismo dos personagens aparecem e desaparecem, em uma espécie de parque de
diversões sem alegrias. Quando começa o espetáculo, o público flagra o trio
central morando em um apartamento quase vazio, sem recursos financeiros e com
Mark abandonando o lugar em busca de uma clínica de tratamento antidrogas. Sua
dependência de heroína o exclui do mundo dos afetos. Lulu e Robbie começam,
sozinhos e abandonados, a buscar seu próprio caminho, seus recursos, a
concretização de seus sonhos de sobreviventes. A trajetória de todos embaralha
os planos do grupo, os cinco personagens se cruzam em cenas curtas, vorazes e
impiedosas. Não há misericórdia ou empatia. Há apenas cálculo, pragmatismo e
cenas dilacerantes. A linguagem é crua, o roteiro é sucinto.
SERVIÇO
O QUE: Espetáculo “Sangue e
Pudins”
DATA: de 16 a 18 de janeiro
HORÁRIO: terça a quinta às 20h30min
LOCAL: Teatro Renascença (Av. Érico
Veríssimo, 307 - Menino Deus)
INGRESSOS: www.portoverãoalegre.com.br
FICHA TÉCNICA
Elenco (por ordem alfabética)
ANGELA SPIAZZI.........Lulu
ELISON COUTO............Gary
JAQUES MACHADO....Robbie
LI PEREIRA...................Mark
PINGO ALABARCE......Brian
VINI GOMES
VITOR STIFFT
Equipe de Criação
Direção: LUCIANO ALABARSE
Iluminação: MAURÍCIO MOURA e JOÃO
FRAGA
Cenário: LUCIANO ALABARSE
Figurinos: O GRUPO
Trilha Sonora: LUCIANO ALABARSE
Produção Executiva: JAQUES MACHADO
Maquiagem: O GRUPO
Fotos: JULIANA ALABARSE HERNANDEZ
Pintura Móveis: LUCIANO ALABARSE
Design Gráfico: AQUES MACHADO com a colaboração de
PINGO ALABARCE
Assessoria de Imprensa: ADRIANO
CESCANI – C² Comunica
Construção Cenário: RODRIGO SHALAKO
Coordenação Produção: JAQUES
MACHADO e LUCIANO ALABARSE
Uma produção ALABARSE PRODUÇÕES
ARTÍSTICAS
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1-xZBDBvSgDBm8CwzSc3mw2E7Y2lbg3-4
Fotos: Alisson Phernandes e Juliana Alabarse