Todos precisam de um
lugar para chamar de lar
Uns chamam o Lar de casa, de
amor, de Luna (um bichinho de estimação), se identificar em alguma arte, Lar é
onde nos sentimos pertencentes, onde identificamos que há um pouco de nós ali,
onde nos enxergamos, sentimos que existimos como seres individuais e relaxamos
para descansar, ou talvez apenas se sentir pertencente a algo.
Notas: Resolvi começar o primeiro capítulo falando sobre Lar, pois ao longo das minhas escritas ele sempre vai estar presente, visivelmente ou não, é basicamente a peça chave que move todo o enredo da história.
Eu
Nós somos nosso
próprio Lar
Mostramos ao mundo quem somos,
cada qual de sua maneira, portanto, buscamos exteriorizar e expandir aquilo que
chamamos de Eu, o que achamos que somos, através de diversas ferramentas como o
espaço, o tempo e as nossas relações com as pessoas.
Se eu admiro o Sol, faria sentido
Eu gostar de coisas que lhe representam, que me aproximam da imagem dele, como
um quadro. É o que fazemos conosco, somos tão abstratos como a ideia de poder
tocar o Sol, precisamos nos exteriorizar de alguma forma, e é o que estamos
toda hora fazendo.
Somos várias partículas de consciência em um corpo, o corpo pertence a essa terra, assim como tudo o que chamamos de “meu” e podemos tocar, mas ainda assim independente para onde formos quando nos despedirmos desse lugar nós ainda vamos levar algo conosco, o nosso Lar, pois apesar de buscarmos em todos os cantos, por fim, ele habita em nós. Durante o tempo que passamos aqui temos a chance e a ilusão de pertencermos a vários lares diferentes ao longo da nossa vida, sentindo que os outros (relacionamentos), inspirações, identificações, achando que eles nos definem, e que nossas experiências nos marcam eternamente sem darmo-nos a chance de mudar, de recomeçar, poder se reconstruir e ser auto suficiente sentindo-se bem a própria carne, a própria companhia.
Necessitamos de uma
playlist de música preferida, de um hobby do qual amamos muito, de amigos que
sejam profundos, de um estilo ao qual nos identificamos, vamos nos sentir em
casa e sentir que pertencemos as coisas e achar que esse é o nosso Lar, mas
somente quando nos adentrarmos em nossa escuridão, mergulhamos em gnose em nós,
despedaçarmos crenças por crenças que nos afastam de nós mesmos e nos limparmos
de todo o lodo de julgamentos e vitimismos, enfim, nos encontramos.
Somos como crustáceos, mudamos para várias casas ao longo da vida, é um processo de desapego e renovação, é necessário e muitas vezes desafiador, mas não tem jeito, não nascemos para vivermos em casas apertadas.
Sobre Recomeçar…
Todos tem a capacidade de recomeçar, seja por estarmos cansados da rotina, por querer buscar novos hábitos, por ter passado por situações difíceis que acabaram lhe abalando ou até mesmo lhe derrubando por completo, ou o motivo que seja, você é forte e é capaz, se dê mais uma chance e recomece, coloque em prática aqueles planos e objetivos que gostaria de alcançar e acabou colocando na gaveta! A vida está aí e ela vai continuar correndo, portanto foque no agora, penar no passado é bom para aprendermos com nossos erros ou até mesmo para vermos a nossa evolução e o quanto mudamos, mas não se apegue ao passado só é passado porque alguém viveu ou deixou de viver ele, sério, viva o agora, é ótimo fazer planos para o futuro e sonhar ou desejar algo que quer alcançar, muitas vezes vamos precisar trabalhar em algo que só terá resultados no futuro, e mesmo que esteja ansioso ou precisando de algo que venha do futuro busque viver um pouco que seja o presente, essa é a grande graça, por pior das situações que você possa estar passando não desista ou se desanime, recomece…
Talvez possa estar
parecendo fácil falar, e de fato, uns passam por desafios maiores e mais
difíceis que os outros, pensei em escrever esse texto porque sei que talvez
possa ajudar alguém, ou dar um incentivo que seja, é um lembrete pra mim
também, todos temos que nos ouvir também, ouvir o que nosso coração deseja e
seguir o que faz ele bater mais forte (se você tem problema cardíaco
desculpe-me, só não leve no literal e continue o texto), bom, o que quero dizer
de forma mais descontraída possível, é que nem sempre vamos estar na vida que
desejamos ou gostaríamos, ou em situações agradáveis, mas faça as coisas que
gostaria de fazer e pratique hábitos que gostaria de praticar desde já, lá vai
mais uma frase bonitinha, ‘Seja como gostaria que as pessoas fossem e faça do
mundo o que gostaria para ele’, não precisamos sermos ativistas ou fazermos
grandes ações para mudar as coisas, mas quem sabe você não possa inspirar
alguém com suas práticas e bons hábitos e dessa forma fazer as coisas boas se
multiplicarem? Faça da forma que conseguir e sua situação permitir, mas não
deixe de fazer ou de persistir pelos golpes de Soco Inglês que às vezes a vida
nos dá.
Se quiser faça como um
poema da Clarice Lispector ‘Se eu fosse eu’, se você fosse você ( sei que é
irônico, mas essa é a grande jogada mesmo) o que faria da sua vida? Como
lidaria com os problemas e quais hábitos trariam a ela? se anime e
pratique agora o que quer e necessita até mesmo para chamar um garçom a sua
mesa você tem que levantar a mão, então reaja e tome as rédeas da sua vida por
si só, o máximo que pode acontecer é não dar certo, mas você sabe, são coisas
da vida, tentativa, erro, fracasso, tudo se resume para o mesmo caminho, agir.
Texto autoral de: Hanna Lidia