Atire a primeira pedra quem dentre nós não acaba incluindo
no carrinho do supermercado um pacotinho de macarrão instantâneo para levar
para casa. Mesmo sabendo que não se trata de um consumo saudável, não recomendável
pelo seu insignificante baixo valor nutricional e, cá entre nós, não é nem
mesmo saboroso.
Por que então consumimos um alimento repleto de deletério?
Fazemos esse tipo de consumo em ocasião de pressa, quando nos encontramos atrasados, afinal, bastam 3 minutinhos de preparo. Outro fator é a preguiça, principalmente quando estamos cansados, sem ânimo para investir tempo e dedicação numa alimentação mais requintada. Decidimos também por esse alimento quando estamos desesperados de fome e queremos apenas saciar uma necessidade, acessando o mais fácil e disponível, mesmo sabendo não ser uma escolha ideal. Outra alternativa é falta de opção, especialmente quando chegamos de madrugada de uma balada e os bares e restaurantes se encontram lo Por que a analogia do macarrão instantâneo com alguns relacionamentos? tados ou fechados.
Por que a analogia do macarrão instantâneo com alguns
relacionamentos?
Algumas pessoas se encontram iludidas por estarem numa
relação com características muito parecidas. Estão prontas em 3 minutinhos
quando alguém faz um convite de última hora, sem necessidade de muita investida
de tempo e capricho, apenas para uma rápida saciedade. Se a intenção da pessoa
que está sempre disponível também for equivalente ao que a procura, ótimo. Curtidos,
compartilhados e liberados para local de origem. Sem expectativas, estarão no
fundo das prateleiras da despensa para serem convocados numa próxima fome
súbita.
Porém, a realidade trazida nas queixas do consultório não é
essa. A maioria das pessoas envolvidas nesses contextos estão embebidas de
carência e enxergam afeto, amor, carinho, felicidade, compromisso e saudade
nesse cenário distorcido.
Analise no seu intimo:
“Quais expectativas estou apostando nessa relação”?
“Meu valor se limita a um “lanche fast food"”?
“Isso é tudo o que posso conquistar”?
“Por que estou romantizando o que deveria ser desprezível”?
Talvez você não encontre respostas imediatas. Talvez precise de ajuda profissional para acessar e sanar essas dúvidas. Porém, independente do quão apaixonada (o) você se encontre é fundamental ter esse diálogo interno. Pois, segundo Freud “acreditar no sintoma é dar significado ao sofrimento “ e acreditar que amar é sofrer é um grande equívoco. Não é errado buscar amor, mas não é recomendável querer alcançá-lo onde não existe. Vai ser uma descoberta incrível quando você perceber a pessoa de merecimento alto padrão que você é.
Marjorie Calumby Pedagoga, psicopedagoga clinica e institucional, docente universitária do curso de psicologia, psicanalista clínica e psicóloga organizacional. |