Os números são preocupantes e absurdamente alarmantes para ignorarmos: São
registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no
Brasil e mais de 1 milhão no
mundo.
Trata-se de uma desoladora realidade, que registra
cada vez mais casos,
principalmente entre os jovens. Diante desse contexto, a
ideia de que falar sobre o
suicídio fomenta a cometer o ato, já se tornou ultrapassada
na atualidade. A informação
baseada na cientificidade é de fundamental importância sobre
qualquer temática, e isso
não é diferente quando discutimos o suicídio. Em um estudo
publicado no ano 2000, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) sinaliza como causas
recorrentes de suicídio
situações como: esquizofrenia, o alcoolismo, doenças crônicas,
neurológicas e HIV.
Essas doenças têm associação comprovada com a depressão,
tendo em vista que, muitas
vezes, tomada pela angústia e profunda tristeza de saber que
seu problema é incurável, o
sujeito mergulha num processo de depressão.
O suicídio é um fenômeno complexo, multifatorial, ou seja,
com diferentes
características e de múltiplas determinações que afeta a
sociedade como um todo e não
somente os familiares das vítimas.
Conforme a OMS, 9 a cada 10 casos de suicídio, a vítima
poderia ter
sobrevivido se tivesse recebido ajuda, se tivesse sido
ouvida e ultrapassado o quadro em
que se encontrava. Por essa razão, identificar possíveis
indícios de ideação suicida se
faz necessário para interferir o quanto antes na busca de
ajuda por tratamento. O
comportamento suicida inclui o seguinte:
Suicídio consumado: Um ato intencional de autoagressão que
resulta em morte.
Tentativa de suicídio: Um ato de autoagressão cuja
intenção é a morte, que acaba
não ocorrendo. Uma tentativa de suicídio pode ou não resultar
em lesão.
Na maioria das vezes, a gente não está muito atento ao que
está acontecendo ao nosso redor.
Mas todo mundo tem a capacidade de observar.
Como identificar os possíveis sinais de risco de suicídio no
cotidiano e nas redes
sociais.
Alguns sinais de aviso incluem:
falar sobre suicídio
expressar um desejo de morrer
falar sobre um plano específico de suicídio
falar sobre depressão ou dor sendo insuportável
Sinais comportamentais
Pessoas que pensam em suicídio podem mostrar suas intenções
de maneira indireta.
Alguns comportamentos que se correlacionam com o risco de
suicídio incluem:
doar bens
mudanças no sono ou hábitos alimentares
se envolver em autoagressão
explorar métodos de suicídio, como pesquisando suicídio na
internet
tons de despedidas
desistir das rotinas diárias, como ir à escola ou
trabalhar
Sinais de humor
Mudanças no humor de uma pessoa podem indicar que ela está
pensando ou
planejando suicídio. Alguns sintomas relacionados ao humor a
procurar incluem:
histórico de sintomas de saúde mental
sintomas psicóticos, como parecer desconectado da
realidade ou acreditar em
coisas que não existem
desesperança, desespero ou apatia
raiva ou agitação
depressão ou ansiedade
vergonha ou humilhação
solidão ou isolamento
mudanças de humor extremas
Sentindo-se um fardo
Procurar ajuda é a atitude mais efetiva no combate ao suicídio. Se você conhece
alguém que está passando por um momento difícil, ou até
mesmo se identificou em
sinais de risco, busque ajuda de um profissional da área da
saúde mental.
Uma alternativa de ajuda é buscar O CVV – Centro de
Valorização da Vida.
Trata-se de um canal de comunicação que realiza apoio
emocional e prevenção do
suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as
pessoas que querem e precisam
conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24
horas todos os dias. Para entrar
em contato com o CVV basta discar 188. Optar pela vida ainda
é a melhor decisão.
Marjorie Calumby Gomes de Almeida.
Pedagoga,
Psicopedagoga, Psicanalista, Psicóloga Organizacional e
Prof. Universitária
no Curso de Psicologia – UNIBRA.