Protegendo as crianças de abusos nas festas de fim de ano.





O Natal e o Ano Novo estão chegando e, para quem tem crianças em casa, a lista de preocupações nessas datas aumenta. Normalmente, é um período em que se viaja ou recebe familiares para os festejos. Em ambas as situações, as mudanças de ambiente, rotina e convivência podem causar estranheza aos pequenos e gerar desconfortos emocionais ou comportamentos desagradáveis. Diante disso, explicar às crianças o significado do Natal e do Réveillon será muito importante, bem como todas as possíveis mudanças e orientações nessa transição. Essa conversa fornece referências para que a criança lide melhor com as mudanças – casa, ciclo de pessoas, rotina, etc. Lembre-se de que, mesmo você, adulto, aprecia saber ou pensar no que pode acontecer nas festas para se preparar. Os motivos podem ser distintos dos pequenos, mas, em ambos os casos, é válido e imprescindível conversar sobre.

**Proteja seu filho dos abusos**

Naturalmente, as crianças são especialmente vulneráveis a todos os tipos de abusos, devido à sua dependência, falta de poder e à incapacidade de compreenderem os perigos e crueldades do mundo. Uma em cada três crianças no Brasil é abusada sexualmente até os 18 anos de idade. Mais de 70% dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes acontecem em casa, por familiares ou amigos da família. Uma realidade muito cruel para ser ignorada. Muitos desses abusadores aproveitam oportunidades que podem passar despercebidas durante os festejos. Partindo desse pressuposto, trouxemos algumas dicas para que os cuidados possam ser reforçados:

- Oriente a criança a evitar sentar no colo dos adultos, mesmo que sejam pessoas conhecidas.
- Não force a criança a abraçar ou beijar alguém que ela se sinta desconfortável. Basta que ela saiba cumprimentar a todos presentes educadamente.
- Não permita que a criança durma separada do seu responsável.
- Em caso de a criança ser transportada num veículo com alguém que não faça parte de sua rotina, é importante que o pai ou a mãe a faça companhia no banco de trás.
- Evite que ela tome banho ou realize suas necessidades na companhia de terceiros.
- As brincadeiras devem ser sempre supervisionadas, inclusive em locais com água, como piscina e praia.
- Explique sobre os limites do corpo, onde não pode ser visto ou tocado nele e nos demais.
- Procure manter sempre o diálogo, inclusive se alguém fizer algo com pedido de segredo.

Nunca será exagero o cuidado que visa à proteção física e mental de um ser vulnerável. Garantir a segurança de nossas crianças é mais do que um ato de amor, é assinar uma apólice de seguro de sua dignidade e de uma sociedade de princípios sadios.

 Boas Festas!

Marjorie Calumby 

Psicanalista,  psicopedagoga,  docente universitária, palestrante, psicóloga organizacional e criminal.  Colunista da Revista Símbolo desde 2015.



Postagem Anterior Próxima Postagem