Em seu diálogo "Fédon", Platão considerava o su1cídi0 legítimo somente nos casos em que o su1cid@ fosse portador de doenças crônicas, incuráveis e dolorosas, que lhe garantiriam um destino miserável e humilhante.
Para Sócrates, o su1cídi0 é um ato de impiedade. Ele acreditava que os seres humanos pertencem aos deuses e, portanto, apenas a eles caberia decidir sobre a vida e a m0rte.
Apesar de ser uma questão antiga, presente ao longo da história da humanidade, o su1cídi0 ainda é um tabu. É frequentemente evitado e considerado desconfortável. Entretanto, diante do aumento expressivo de casos, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos, e sua crescente ocorrência entre crianças de 5 a 14 anos no Brasil e no mundo, tornou-se a quarta principal causa de morte, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ignorar o tema não é mais uma opção.
O su1cídi0 é definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo com a intenção consciente e determinada de causar sua própria m0rte, utilizando um método que acredita ser letal. Dentro do que comumente chamamos de comportamento su1cid@, estão inclusos pensamentos, planos e tentativas de su1cídi0.
Esse é um comportamento com determinantes multifatoriais, resultado de uma complexa interação entre fatores psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e socioambientais.
A campanha "Setembro Amarelo" tem como objetivo conscientizar sobre a prevenção do su1cídi0, buscando quebrar tabus, reduzir estigmas e estimular a busca e oferta de ajuda. Trata-se da principal causa de m0rte vi0lenta no mundo, com estatísticas alarmantes: a cada 40 segundos, alguém tira a própria vida, e para cada caso consumado, existem inúmeras tentativas.
Saúde Mental desde a Infância
A infância, período da vida em que a m0rte por su1cídi0 é frequentemente vista como inimaginável, tornou-se um desafio para profissionais da saúde e educação. Assim como os adultos, as crianças também podem desenvolver transtornos mentais. Esses transtornos podem ser motivados por fatores genéticos, psicossociais, biológicos e ambientais.
Como Cuidar da Saúde Mental das Crianças
Pais e educadores devem observar possíveis mudanças comportamentais nas crianças, como isolamento, baixo rendimento escolar, irritabilidade, agress1vidade, insônia, falta de apetite, apatia e ansiedade. Reconhecer um pedido de ajuda emocional em crianças e adolescentes pode ser desafiador, pois muitas vezes elas têm dificuldade para expressar e entender suas emoções. Por isso, buscar ajuda profissional é fundamental.
É crucial que pais e educadores promovam discussões e trabalhem consistentemente na identificação e reconhecimento das emoções. Criar um espaço de diálogo de confiança, acolhedor e sem julgamentos, é essencial para ensinar o gerenciamento de conflitos desde a infância.